quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Imensidão - Parte 1


É tão bom se encantar pelas coisas simples e perceber que não é preciso muito para ser feliz...

Hoje comecei meu dia olhando o mar... E realmente esta frase veio a calhar. É engraçado como a gente gosta de complicar as coisas, as pessoas, as ocasiões... Mas demoramos tanto a perceber que o que realmente importa está no simples, no óbvio. Não é preciso muito para ser feliz.

Sim... Eu fui feliz, muito feliz neste primeiro rodízio do meu Internato.
A gente inicia essa jornada com tanto medo, com tanta expectativa, com tanta ansiedade... Aquele famoso medo do novo. Mas hoje, depois dessas semanas todas percebo o quanto a gente pode crescer sem nem mesmo notar. É uma evolução diária junto com aqueles que nos ensinam tanto... Nossos pacientes.

Na medicina de família e comunidade eu aprendi um mundo de novas informações. Aprendi um mundo de especialidades. Aprendi um mundo de medicamentos. Um mundo de patologias. Um mundo de transtornos. Mas também aprendi um mundo de sensibilidade. Aprendi um mundo de sonhos. De anseios. De medos. Aprendi, na prática, a importância real do trabalho multidisciplinar. Aprendi a importância da visita domiciliar. Dos grupos de apoios. Aprendi o mundo do Método Clínico Centrado na Pessoa, o mundo da verdadeira empatia. Aprendi sobre o SUS que funciona, SIM. Aprendi sobre o mundo das pessoas que se doam.

Olho pro mar... Imensidão. Olho pra mim... gratidão.

Mas sei que esse é só o começo... Dessa imensidão de informações, de aprendizado, de conhecimentos, ainda me falta tanto!!

Mirella Cristina

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Para o amor que vai chegar



Já pensei em ter encontrado o amor em muitas pessoas, me joguei em histórias porque realmente acreditei que poderia dar certo. As pessoas foram e deixaram um punhado de cicatrizes. Essas cicatrizes não foram provocadas por elas e sim pelas minhas próprias expectativas.

Talvez eu não estivesse preparada, ou talvez o amor não seja pra mim, talvez me falte aptidão, amar às vezes me soa como um sonho que escolheu continuar sendo sonho e nada mais.

Não falo desses sentimentos com ninguém e agora estou falando para uma pessoa que ainda não existe, talvez você esteja em um sonho distante, enfim, talvez seja só mais uma carta em uma garrafa que irá vagar sem destino, até submergir no tempo.

A esperança é uma maneira poética de envelhecer.

As pessoas não sabem como eu me sinto, todos gostam de dizer que são únicos, mas eles não sabem o quão difícil é não se encaixar, é difícil tentar explicar que eu não sou como outras pessoas, pensar diferente é outra maneira de assumir que sou uma solitária. Eu me sinto estranha, mas sei quem eu sou.

E essa solidão que eu sinto sabe doer. Esse pressentimento que talvez o meu destino seja ficar sozinha.

Essa não foi uma carta das mais felizes, mas talvez você queira dividir a minha tristeza.

P.S Desculpe pelo choro e pelo soluço são duas coisas que eu não aprendi a controlar. Mas você não sabe como é esse sentimento. Meu Deus! Estou escutando a mesma música há duas horas.


(Mas é outro texto que poderia ter sido escrito por mim...)