sexta-feira, 10 de abril de 2009
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Qual o preço de um sorriso?
Esses dias estou lendo um livro muito bom, de Augusto Cury "O Futuro da Humanidade". Confesso que no começo não fiquei muito fã do livro, lia mas sem me envolver, simplesmente estava lendo só por ler, mas depois a história ia se desenvolvendo, e criando palavras, idéias, e germinando no meu coração a percepção do que eu estava fazendo? Lendo a toa? Esse livro é muito bom pra ler a toa, percebi que começava a me envolver com a história, as palavras do Cury iam entrando na minha cabeça e não queriam mais sair, consequentemente acho que entrou no meu coração suas palavras e a mensagem que estas queriam plantar. É um bom livro.. nos faz pensar, imaginar, sonhar e acreditar (o mais importante)! E isso é porque eu ainda não acabei de ler, acredito que tenho muito o que aprender e a colher das palavras deste maravilhoso escritor.
Me deparei com uma frase dele: "Brinque com a vida, senão a vida briga contigo"... O personagem ainda comenta sobre o 'princípio da co-responsabilidade inevitável' que se resume a um princípio que fala que tudo está relacionado, cada ato, cada pessoa, cada gesto, minimo que seja influencia no mundo em si, de pessoa a pessoa e acaba influenciando o mundo todo, todo sistema está relacionado. Refleti sobre isso e me lembrei de um momento que foi simples mas que pode ter mudado a minha vida, e só agora depois de ler este livro percebo que realmente pode ter mudado sim. O simples gesto, um simples SORRISO, se é que pode dizer que é simples.
Estava na parada de ônibus, cansada, depois de um dia no cursinho, sai mais cedo, ainda perdi as duas últimas aulas... um 'mendigo' se aproximava, pediu esmola pras pessoas que estavam na parada, se aproximou de mim, (como um ato repentino, tive medo, pois nossa sociedade nos influencia a nesses casos sentir isso, entrar num casulo, se proteger, se isolar, é o primeiro pensamento), pediu esmola, naquela hora eu não tinha, fiz não com a cabeça, pensei que ele iria se afastar, mas ele simplesmente olhou para mim e abriu seu mais singelo, seguro e sincero sorriso, aquele sorriso sem dentes, os poucos que tinha eram pretos e tortos, mas sorriu, um sorriso que se tornava belo com o ato, depois colocou a mão na boca e mandou um beijo pra mim pelo vento... naquele instante fiquei sem entender... ele foi embora, atravessou a rua e tive medo por ele, porque aquilo era uma BR... aquilo ficou na minha cabeça, mas passou despercebido na época, agora faz sentido... eu precisava primeiramente ter saido mais cedo do meu cursinho, ele aparecer no instante em que eu estava lá, cansada, sem saber que precisava de um sorriso, um sorriso feio mas que se tornou bonito, lindo, seu ato... um simples sorriso, que agora me põe a refletir. Um homem que não tem nada, vive na rua, deficiente (ele tinha problema nos olhos, não era cego dos dois, mas creio que de um era), com tantas pessoas negando ajuda, a humanidade o excluindo da sociedade e mesmo com tudo isso, ainda capaz de sorrir, quando nós nos estressamos com pequenas coisas, ficamos tristes e entramos fácil em depressão, ás vezes por pequenissimas causas, causas que não chegam nem aos 'pés' dos problemas desse senhor...
Se isso mudou minha vida? Isso foi há 3 semanas atrás, ainda não esqueci a cena, e creio que não esquecerei, estou aprendendo com as palavras do Cury a acreditar em muitas coisas que antes nem parava pra pensar direito que agora me vejo pensando e acreditando, creio que mudou sim, e que ficará pra sempre na memória, o sorriso singelo que tanto significou, eu precisava disso pra acreditar em coisas que me faz bem, pra acreditar que tudo pode mudar, os pequenos problemas podem se tornar menores cada vez mais, aprendi agora trazendo da ficção de Cury para a minha realidade a "Brincar com a vida e não a brigar com ela.", ver nos pequenos atos e gestos os mais importantes, a alegria que tudo tem um significado que poderá ou não mudar nossas vidas.
Qual o preço de um sorriso? Inestimável.